Profissionais lembram que a sua missão consiste em cuidar da saúde das pessoas
Em outubro, o atual Bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, em conjunto com vários dos seus antecessores no cargo, como António Gentil Martins, Carlos Soares Ribeiro, Germano Sousa e Pedro Nunes, assinaram uma carta onde realçam que a eutanásia “não é mais do que tirar a vida”.
“O médico que as pratique nega o essencial da sua profissão, tornando-se causa da maior insegurança nos doentes e gerador de mortes inaceitáveis”, escreveram na altura os signatários do documento.
A reação dos médicos surgiu depois do primeiro caso de eutanásia infantil na Bélgica, onde esta prática não tem limite de idade, e depois do Bloco de Esquerda levar ao Parlamento uma petição pelo “direito a morrer com dignidade”, com mais de oito mil assinaturas.
Os médicos católicos unem a sua voz à Ordem dos Médicos “no repúdio da prática da eutanásia” sublinhando que ela é “atentatória da dignidade da vida humana e, por consequência, da dignidade da ação médica”, naquela que é a missão “de cuidar da saúde das pessoas” e zelar por “uma autêntica cultura da vida”.
“Os Médicos, no cumprimento dos princípios da Ética, consignados em todos os Códigos de Ética Médica, nomeadamente no seu Código Deontológico, não podem nem devem ir contra aquilo que é o essencial da sua profissão”, frisa a AMCP, que destaca ainda as implicações legislativas que poderiam decorrer da eventual legalização da eutanásia.
“Qualquer lei que, em vez de se orientar no sentido da prestação de bons cuidados de saúde a todos os cidadãos, atentasse, de qualquer forma, contra a vida levaria o Estado a eliminar a defesa e a proteção das pessoas, direitos consagrados na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Constituição da República Portuguesa”, pode ler-se.
Depois de ter apresentada a referida petição, o Bloco de Esquerda prepara-se para avançar nos primeiros meses de 2017 com um projeto de lei para legalizar a morte assistida, onde incluem o suicídio assistido e a eutanásia.
JCP
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- Texto com a Tomada de Posição da AMCP sobre a Eutanásia .
- Notícia: Eutanásia ou paliativos? “Temos uma economia que mata”, diz Igreja
- Artigo publicado no Observador de autoria do Dr. Pedro Vaz Pato: A eutanásia e a rampa deslizante
- Artigo publicado no Observador de autoria do Pe. Vaz Pinto de Magalhães: Eutanásia, morte digna?
- Artigo de autoria do Dr. José Souto de Moura: Ainda sobre a Eutanásia
- Artigo científico do Dr. José Pereira: Legalizing euthanasia or assisted suicide: the illusion of safeguards and controls
- Entrevista do Dr. Carlos Martins da Rocha e da Dr.ª Sofia Reimão ao programa da Agência Ecclesia.
- Artigo publicado no Observador de autoria de Sónia Simões e Marlene Carriço: Sim, dá-se morfina a doentes terminais. E não, isso não é eutanásia.
- Artigo publicado no Observador de autoria de Luís Carvalho Rodrigues: Eutanásia: compreendo mas sou contra
- Nota Pastoral do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa: «Eutanásia: o que está em causa? Contributos para um diálogo sereno e humanizador»
- Anexo à nota Pastoral do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa: Perguntas e respostas sobre a Eutanásia
- Declaração sobre a Eutanásia da Congregação para a Doutrina da Fé: Declaração sobre a Eutanásia
- Nota Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa: Cuidar da vida até à morte: Contributo para a reflexão ética sobre o morrer
- Texto de autoria do Dr. Elio Segreccia: Bioética, Eutanásia e Dignidade da Morte
- Artigo científico do Dr. Eduardo Rodríguez Yunta: A Eutanásia e seus argumentos
- Artigo publicado no Observador de autoria do Pe. Gonçalo Portacarrero de Almada: A Eutanásia e o referendo
- Texto de autoria da Dr.ª Anabela Morais, médica paliativista de Vila Real: Refletir o Fim de Vida
- Declaração sobre a Eutanásia assinada por 5 antigos Bastonários: Declaração sobre a Eutanásia