Fátima, Santarém, 06 jun 2016 (Ecclesia) – O médico Walter Osswald (*), vencedor do Prémio “Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes” 2016, atribuído pela Igreja Católica, disse que a legalização da eutanásia seria “catastrófica” para a sociedade.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, o especialista em Bioética realçou que “não há nenhuma fundamentação válida que justifique” a aprovação daquela prática.
Para Walter Osswald, a apresentação desta e de outras propostas, como a legalização da maternidade de substituição, conhecida como “barriga de aluguer”, ou a revisão da lei da procriação medicamente assistida, está inserida numa “atitude hoje muito generalizada” de “encantamento com causas ditas fraturantes”.
“Acredito que as pessoas não o façam por uma mera questão de oportunismo mediático mas também tem”, aponta o médico, que recorda outras frentes que já surgiram como “o aborto, com as suas intensificações e banalizações”.
Em maio o projeto-lei para a legalização da maternidade de substituição, apresentado pelo Bloco de Esquerda, foi aprovado na Assembleia da República com votos favoráveis do Partido Socialista, do Partido Ecologista ‘Os Verdes’, do PAN – Pessoas, Animais e Natureza e de 24 deputados do Partido Social Democrata.
O Parlamento abriu espaço também para o alargamento da procriação medicamente assistida a mães solteiras ou a viverem em união de facto com outra mulher.
Até agora apenas era permitido o recurso a esta técnica, que envolve bancos de óvulos e de esperma, a casais ou uniões de facto heterossexuais.
Walter Osswald acredita que outros temas ainda estão para vir, como “a liberalização do uso de drogas” e a própria “extensão da eutanásia, se porventura for concedida a legalização, com condições restritas neste momento”.
“A tendência é para ir alargando, para ir tornando banal o que no início é excecional”, frisou o antigo coordenador do Grupo de Trabalho da União Europeia sobre Proteção do Embrião e do Feto.
No entanto, frisa aquele responsável, não pode haver concessões quando em causa está a preservação da vida.
“A vida não é um valor, está acima de todos os valores”, salientou.
PR/JCP